sexta-feira, setembro 25, 2009

Momento perfeito

Alegra tanto meus olhos ao abrir
Esta certeza de te encontrar.
Tristonho coração passa a sorrir,
Tão belo motivo para sonhar.

Mais radiante que o sol ao nascer
Permanece minha alma então
Ao sentir-me tão amado por você,
Intensa, prazerosa sensação.

Tragado pelas nuances do tempo,
Cheias de medo e esperança.
Só quero que voe como o vento
A distância que não te alcança.

É fruto do meu sorriso sincero.
É cor que dá vida ao meu peito.
É a hora que eu tanto espero,
Encontrar-te, momento perfeito.

Distância

O gesto agora lacônico,
O sorriso é tão comedido.
Paixão em estado irônico
É sopro da intensa libido.

Os olhares apontam distantes
Um horizonte tão comprimido.
As horas que eram instantes,
Apenas um sonho perdido.

É desejo do outro tocar,
A tal chama parece ausente.
Apaga aos poucos este amar,
Sentimento único, carente.

As peles que antes atraídas
Afastam-se, estão distraídas.

O vagar sem destino

A busca às vezes incessante
Rasga o peito, fere a alma
E o desprezo pelo instante
Perfura com furor, pobre trauma

Pelo viver é viril amante
A quem entrega-se sem as questões,
Sem pensar, só segue adiante
Ao deparar-se com os turbilhões

A avançar em seu desatino
Não valoriza sua história
O buscar apenas ao destino
É ignorar a trajetória

Os temores da queda

O medo da perda faz-se
Quando não se sente capaz
Insegurança que nasce
A montanha que se desfaz

Não encara mais a vida
Tenta fugir, tenta correr
É a coragem perdida
Que gera tormento, sofrer

Não sente suficiente
O que pode oferecer
A fraqueza aparente
Toma então todo poder

Sem rumo segue o viver
Tentando, talvez, esquecer

Sempre além

As barreiras todas derrubar
Em frente é sua direção
Ante ao cair, o levantar
Sentir a força do coração
Os temores então enfrentar
Com fé, confiança e devoção
A persistência para seguir
A eterna busca do progredir

Os tantos obstáculos superar
O desafia é sua motivação
Sem desistir, nunca se entregar
Sua energia é sua paixão
Para assim glória encontrar
Conquistar, a consagração
Satisfazer-se a cada vitória
A cada capítulo da história

quinta-feira, setembro 24, 2009

Concentrar-se no destino é ignorar a trajetória.

segunda-feira, setembro 21, 2009

A melodia do amar

Estas cordas que vibram o sonhar,
Em notas, ao vento ecoando,
Fazendo o sorriso derramar
As gotas da alegria quando
A lágrima não é mais do chorar,
Os corações seguem ressoando.
No ritmo da bela melodia,
O encontro com a harmonia.

Sons atravessam o consciente,
Interior sem qualquer barreira,
Inundam a alma tão ardente
A música intensa, faceira,
Despertam nosso inconsciente.
Chama que acende a lareira,
Guardada no peito, tão profundo,
A tal plenitude num segundo.

O delírio das sensações

O tocar da carícia sincera
Desperta sensações, o deliro
Do corpo finda toda espera
Conduz o divagar ao empíreo
O brotar das flores, primavera
Do vívido sentir, o colírio
E juntas, libido e ternura
Levam estas mentes à loucura

O intenso e puro desejar
Todos os sentidos entorpece
Une corpo e alma a sonhar
O coração pulsa, estremece
Ante a este ardente amar
A chama da paixão floresce
As sensações são único prazer
Desde uníssono enlouquecer

As buscas da vida

As questões provindas do viver
Às vezes atormentam
Às vezes amedrontam
E trazem este intenso sofrer
Um sofrer que arrebata
Que aos poucos fere, mata
Carrega o motivo do entristecer
Machuca tanto o peito
Torna o rumo tão estreito
Traz à tona a falta de solução
A fé, a crença, a alegria do coração
Vagam todas perdidas no ar
Fazendo-nos sofrer para encontrar

Aclamado sentimento

Ante ao límpido sentimento
Embriagado será o pensar.
Fica estático, quase bento,
Quando tocado por este amar.
Iluminado o firmamento,
Com seu intenso brilho a raiar,
Contagiante será o sorrir
Com o sonhar tão risonho, sentir.

O transcendente toque de paixão
Que atravessa tantas barreiras,
Chama ardente desta emoção
Que realiza tudo que queiras.
O veemente bater, coração,
Que espalha-se pelas clareiras,
Sempre levando rara beleza
Para ungir tamanha pureza.

E pergunta-se ser merecedor,
Digno homem tão virtuoso,
Para deixar de viver com a dor,
Para sorrir sem ser temeroso.
Será honrado para o amor?
O sentimento que tanto clamou
Nos belos lábios dela, encontrou.

quinta-feira, setembro 17, 2009

O torpor da paixão

Intenso é o entregar-se, sensação
Perder da sanidade, entorpecidos
Ceder o corpo, a alma, o coração
Viajam nos devaneios dos sentidos

Olor da pele que tanto enlouquece
Ao longe leva a mente o encanto
O rito carnal, a libido que cresce
O toque, desejo, do prazer o manto

Enérgico laço, forte, envolvente
Transporta a mente em estado febril
Loucuras dispersas em um gesto ardil

Unidos os braços, contato tão quente
Despertam instintos, do sangue o fervor
Saciam o corpo com vívido amor

A face da espera

O peso na espera contido
Desfaz dos sonhos qualquer razão
Desejo infantil é banido
Encontro temido, má sensação

O sonho antigo reduzido
As meras ilusões, a distração
Agora concentra-se perdido
Sem rumo, alheio à direção

O corpo caído sem levantar
Cabeça vazia, dura praga
Espera que algo venha salvar

Não sente, não pensa, só divaga
Ausente do mundo, fora do ar
O solo partido o afaga

As dúvidas do tempo

O tempo é a cura
O tempo é tão cruel
Que finda a procura
Tormento, com o fel

As horas aproximam
As horas nos afastam
Instantes que animam
Dores que se alastram

O minuto que salva
O minuto condena
A face brilha alva
Preso à própria cena

Os segundos que voam
Os segundos parados
O canto que entoam
Intensos e calados

A espera é lição
A espera é sofrer
Será o tempo então
Duplo estado do ser?

segunda-feira, setembro 14, 2009

As vozes que ecoam pela mente revelam os sentimentos que sempre sufocamos.
O sorriso é o mais doce tempero do viver.

O despertar

Ecoa pelo ar o sentimento,
A plácida alvorada a luzir.
Mensagem de esperança ao vento,
Inspira os corações a sorrir.

O vírus que contagia a todos
Será a cura da malevolência.
Brotar destes tão sinceros engodos
Ardor que supre toda a ausência.

Navega pelo horizonte, sutil.
Ao longe tantos traços resplandecem.
Invoca o rubor do sangue febril,
Transforma o grito dos que padecem.

Crepúsculo que enfim se encerra,
Que leva estas tormentas embora.
Sorriso que dissipa no ar, berra.
A vida que se renova, aurora.

Amanhecer

A vida que a janela atravessa
Promete o sorrir, felicidade.
É brilho que aos olhos me regressa,
Expresso ao jorrar suavidade.

Tempero com o raro componente,
Alegra o espírito seu olor,
Imagem de beleza envolvente,
O casto e singelo tocar da flor.

Refaz a energia da libido,
Ao corpo todo forças revigora.
Encontro no sorriso já perdido
Motivos para vívida melhora.

Viagem para alma tão profunda,
Exploro cada traço com o sentir.
Desperta o viver da moribunda,
A hora do sofrer irá imergir.

Instante do lamentar

Aflito, repleto de lamentações,
Mergulha no vale da agonia.

Cercado em meio a depressões
Já não enxerga as luzes do dia.

Perdido entre tantas escuridões,
O negror amedronta, arrepia.

Petrificado segue sem esperar
Que o sol traga a solução ao raiar.

sexta-feira, setembro 11, 2009

O renascer

Beleza tão inacessível,
Deste galho mais alto, a flor.
Parece sonho impossível
Será fruto de tamanha dor.

Realização alcançá-la,
As tantas quedas da subida.
Diversas dores que alma cala,
Princípios cegos desta vida.

Olhar distante que enlouquece,
Maré profunda das sensações,
Implora aos céus que isso cesse.
Ouvidos tragam divagações.

Os fatos dizem, ser incapaz.
A chama insiste em arder,
Pequena faísca satisfaz
A tal esperança, renascer.

As fases

Com asas ao longe vai,
Além

Implora ao céu o cais,
Alguém

Sem porto se perde, cai,
Aquém

E alma que pede mais
Não tem

Tormentas celestiais
Amém

Sozinhos serão iguais
Ninguém

Entrelinhas

Perdido nas entrelinhas
Da dor, amor

Cercada por entre as minhas,
A cor da flor.

As gotas do puro vinho
Rubor sabor.

Em goles do turvo linho,
Torpor da dor.

Afônico

Quando faltam palavras tantas
Para expressar um sentimento,
Assim secam todas as gargantas,
Perde-se o ar por um momento.

É morte repentina da fala,
É o crepúsculo das repostas.
Onde até o olhar inala
A solidão das faces dispostas.

Falta ao sentir uma tradução,
Faltam elementos à linguagem,
Para a humana compreensão
Absorver aquela imagem.

Diante das mais diversas cenas
Sente-se um incompreendido,
Pelo conseguir tocar apenas
Os sons que agradam o ouvido

Não há dicionário ou tradutor
Que possa explicar ao coração,
Todas as belezas e o torpor
Contidos numa sincera paixão.

Possibilidades para o viver

Talvez melhor seria a vida
Se a espera fosse deixada.
Sem o sofrer da falha, ferida,
Sem o sonhar, a vida dopada.

O despertar da alma, o real,
Tolos anseios ferem o peito,
Não ter qualquer motivo afinal
Pode manter o dia perfeito.

Não haveria crises ou dores,
Teria a vida tantos sorrisos,
Falso olor, perfume das flores,
Artificial, regra dos sisos.

Seria fácil esta estrada,
Neste caminho sólido, frio,
Sem ter qualquer ferida rasgada,
Sem o sofrer no pranto do brio.

O pranto

Quando o sorriso já não cura
Rola o pranto por toda face
Vai deformando esta figura
Que das dores é sutil disfarce

Mancha a pele com este rubor
De uma lágrima tão sofrida
Que inflama a carne, o calor
Que faz toda crença ser traída


Ao cair em tão profundo pranto
O sofrimento domina o ser
Que desfalece em seu espanto
Sem a aurora do vívido crer

Abandona toda esperança
Não vê alvorecer a bonança

terça-feira, setembro 08, 2009

A infância perdida

A infância perdida no tempo
É amarga sensação latente
Que viaja levando tormento,
A pesada e triste corrente.

Tantos traumas nos olhos profundos,
Tantas dores nas águas imersas.
Entorpece em poucos segundos
E confunde as tolas conversas.

É saudade de algo ausente,
É sentir por alguma lembrança;
O sentido criado na mente
Que engana e dá esperança.

As raízes roubadas do peito,
As histórias que morrem serenas.
O sonhar do sorriso, desfeito,
O chorar pela vida apenas.

A sina dos poetas

Esta sina dos poetas
Que carregam nos sentidos
Tantas dores, tão repletas,
Doloridas, são gemidos.

A tradução do alheio
Dissimula as sensações,
Cada lúdico anseio
Que desperta os corações.

Já se perde a verdade,
O espelho não conhece.
No sentir que o invade
A razão se estremece.

Voam horas, voam dias,
Finge risos, finge dores.
Olhas ruas tão vazias,
Sem perfumes, sem as cores.

Eles criam os sorrisos,
Secam lágrimas do sofrer,
Jogam fora os juízos,
Nos libertam para viver.

Como atores nesta vida,
Que revelam faces nossas,
Entorpecem a ferida
Com mentiras e respostas.

O torpor das carícias

A faísca desperta o torpor
Que despeja na mente o querer.
Entorpece com típico olor,
Dos desejos o tinto, o crescer

Este vívido calor da pele
Incendeia os toques, a paixão.
A intensa sensação desfere,
Se espalha por toda extensão.

O pensar tragado pelo prazer
Que consome as vontades do agir.
Nesta chama que segue a arder
Nossos corpos se rendem ao sentir.

Embriagam-se neste delírio,
Tão enérgico clímax se cria.
Das volúpias dos olhos, colírio,
A carícia será fantasia.

Caminhos do viver

Este casto sabor do hálito solar
É repleto de alvo, límpido olor
Que espalha-se pelo plácido rolar
E encanta os olhos, toque de amor

As volúpias viajam vagas aos ventos
Em um solo sereno sementes nascem,
Este toque desperta tantos intentos,
São sentidos que brotam nesta imagem.

Estes raios faceiros, vívidos versos
São singelos afagos, cândido luzir,
Em motivo sincero segue imerso,
Do viver é caminho certo a seguir
O caos interior cega a essência da razão.
Quando não há solução exterior é a hora de, finalmente, olhar para dentro.
Os caminhos do viver colidem quando andamos de olhos vendados.
Um sorriso sincero ilumina qualquer coração.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Com o tempo os atos revelam o verdadeiro ser.
As coisas mais importantes da vida são ignoradas pelo falso viver.
Não há nada mais inspirador do que a chegada de um novo dia.
O alvorecer dos devaneios renova o coração.
A ausência da confiança é a fonte de todo sofrer.
A névoa que traga a visão brota da incessante busca pelo pleno viver.

A culpa do tempo

O tempo, o ourives do ato
Que molda os detalhes sentidos,
Transforma este reles retrato,
Cordel dos sentimentos perdidos.

Às vezes se destrói as carícias
E até se duvida do amor,
Nos olhos têm apenas malícias,
Recai se entrega ao torpor.

Entalha e deforma contornos
Afeta a essência, perfura.
Espalha pela pele adornos,
Esconde a verdade mais pura.

Areias sempre cobrem as horas,
Os dias sempre passam velozes.
Extensão que desperta auroras
Nos ventos convertem algozes.

Coisas da vida

As coisas de nossas vidas
As vidas em nossas coisas
Gostamos, enfim entrega
Afastamos assim em fuga

A rosa sobre a mesa
Com pétalas moribundas.
Espinhos que ferem almas,
Amargos sabores em mim

Ferida aberta, morta
Contágio da fúnebre dor
A vida em coisas vagas
Em coisas sem própria vida

Ausente o traço, amor
Sentido partido aqui
Perdido, ferido, sofre
A mente sem laços, torpor

As coisas da vida morta
Às coisas pouco importa

Alvorada serena

Rasga o cristalino horizonte
Esta vívida lâmina, aurora,
Casta vida espalha-se afora
Neste plácido gesto em reponte

Cores tantas renovam com um toque
Berço alvo, o lúdico recanto
Verso que a alvorada lhe provoque
O celeste rolar, brilhos encanto

Luzes que contaminam os caminhos
Trazem o serenar a todo ruir.
Faces se iluminam com carinhos,
Fazem dos devaneios novos sorrir.

A névoa

Ante a névoa, silencio
Paralisado, enfim tragado
Pelo escasso laço, o fio
É sempre frágil, abandonado

Quando a alva treva retorna,
Surda a alma que cai em clamor,
Rouba da mente, restos se torna
Tola fonte do fúnebre temor

Sempre tão denso, olhos que cega,
Gesto tenaz que brota o pranto,
Cerca o corpo, força, entrega
Este sentido fere-me tanto

Será a pressa o berço afinal?
Será ambição a causa do mal?

terça-feira, setembro 01, 2009

Quando o desejo é disperso todos os caminhos são repletos de mistérios.
A vela que a chama consome despeja as gotas do pranto.
A arte é o regalo dos sentidos.
Os desejos tornam-se sonhos quando são banhados por versos.
Toda análise é sempre composta e subordinada às próprias vontades.
As próprias escolhas são as causas mais frequentes dos próprios tropeços.
A responsabilidade do viver é negada pela tola crença no efêmero.
Quando as areias são tocadas realizam-se todas as volúpias do mar.

A pura essência

A peça ausente do todo
Que traz o vazio contido
Que cobre olhares com lodo
São notas do grito partido

Detalhe disperso ao vento
Carrega em sua extensão
Crucial a todo momento,
São vozes que calam a canção

Em chamas a vela consome,
As gotas conduzem o tempo,
Extinguem dores, tormento,
Temores da vida sem nome

Escasso pedaço, extinto,
O rubro sincero sentido.
Postura do homem distinto,
O típico traço, perdido.

Demodé

Disperso do tempo real
Regido será sem regras
Extenso caminho da nau
Percorre as linhas cegas
Que tiram do curso final
Perdidas serão, entregas
Sem vívido pulso segue
Sem vozes, olhar entregue

Análise simpática do período

O presente período afinal
Também pode ser simples ou composto
Basta manter sentido bem disposto,
Entregar-se ao vínculo surreal

A análise é subordinada
Aos relatos imersos pela mente,
Tão intensos, de torpor envolvente,
A angústia recém imaginada

Tradução da loucura dos sentidos
Encontrada nos gritos reprimidos

As dúvidas

Este ser alterado agora
Traz à tona as dúvidas do ser
Onde o perceber é parecer
Onde tanto sofrer incorpora

Queda drástica, queda propícia
É garganta rasgada ao sentir
Nega cândida, alva carícia,
Cada máscara própria do mentir

Bebe goles do cárcere mental
Goles longos do próprio momento
É sabor do opróbrio, é letal
Traz à tona verdades, intento

Devaneios sem fim

Segue a vagar nos devaneios enfim
Segue a perder os rumos próprios em vão
Sempre escondido no sofrer de festim
Nega a promessa do viver, frustração

Nunca se revela como causa real
Para traduzir o seu clamar intenso
Causa dos temores do morrer ao final
Cego, no caminho a trilhar suspenso

Deixa os tributos do viver para trás
Brada espantado com verdades após,
Morte iminente para carne se faz,
Nega o eterno existir, outra foz.

A procura interior

São tragados pelo horizonte,
E à beira mar sentados estão,
Renovando da vida a fonte
Ante águas que vem e assim vão.

Alvorada é dos sentimentos
Despertados por um brilho vivaz,
Ao tocar estes castos intentos
Acalenta o desejo voraz.

A maré viaja sem paradas,
Embalada por intenso vibrar.
As areias enfim são tocadas,
O destino desejado do mar.

Os achados são diversos, sonhar
Se banhados pelos versos, amar