sexta-feira, setembro 11, 2009

Afônico

Quando faltam palavras tantas
Para expressar um sentimento,
Assim secam todas as gargantas,
Perde-se o ar por um momento.

É morte repentina da fala,
É o crepúsculo das repostas.
Onde até o olhar inala
A solidão das faces dispostas.

Falta ao sentir uma tradução,
Faltam elementos à linguagem,
Para a humana compreensão
Absorver aquela imagem.

Diante das mais diversas cenas
Sente-se um incompreendido,
Pelo conseguir tocar apenas
Os sons que agradam o ouvido

Não há dicionário ou tradutor
Que possa explicar ao coração,
Todas as belezas e o torpor
Contidos numa sincera paixão.

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