terça-feira, setembro 02, 2008

O passivo e o explosivo.

Dois amigos, o passivo e o explosivo, desde a infância convivem juntos, porém, com comportamentos totalmente opostos, enquanto para o passivo tudo é feito com muita análise e por muitas vezes, de tanto pensar, deixa de realizar aquilo que deseja devido ao risco de se machucar. Muito ponderado, faz tudo com muita calma, às vezes tão devagar que não consegue resolver todos os problemas que o cerca.

O explosivo é o outro lado da moeda, não costuma pensar, quer saber de ação, agir, resolver. Sempre imperativo, se joga de cabeça em tudo que faz, vive na corda bamba, para ele é tudo ou nada.

Com o passar dos anos eles se afastam devido às inúmeras divergências de valores e constantes conflitos que, na maioria das vezes, são vencidos pelo explosivo, pois o passivo, para preservar a amizade, deixava de lado a briga. Até que um dia isso se tornou insuportável e o passivo, tomando uma atitude semelhante a do explosivo, dá um basta em tudo e põe um fim a tudo.

O explosivo, a exemplo do passivo, deixa a briga de lado e entrega os pontos, aceitando a separação dos dois. E assim, separados seguem cada vez mais fundo e arruínam suas vidas, um agindo como o outro, como uma forma de tentar compreender, uma maneira de corrigir os erros do passado. O passivo, cheio de atitude, enfia os pés pelas mãos e o explosivo, com muita cautela, não age nunca.

Até que um dia se cansam e resolvem voltar às raízes e ser o que eram antes, o explosivo agindo seguindo seus impulsos e o passivo com sua típica paciência. Aos poucos, agindo como sabem, começam a superar os obstáculos e finalmente se encontram e conseguem reconciliar-se e voltar a ser aquilo que sempre foram, grandes amigos divergentes.

Entenderam, finalmente, que por pior que possa parecer, o melhor é ser o que é.

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