terça-feira, maio 12, 2009

Noite em família

Eram cinco pessoas, que apesar de viver sob o mesmo teto, consideravam-se estranhos. Em outro momento fora diferente, eram unidos, dividiam os pensamentos.
Porém, com o passar dos anos os elos foram enfraquecendo. Talvez pela correria do cotidiano ou pelas estações avançar, o fato é que se afastaram em busca de interesses pessoais.
Já haviam ensaiado uma aproximação, mas sempre sem sucesso. A briga era sempre o resultado das tentativas de união. Então, uma estranha forma de harmonia foi adotada, cada um no seu canto e, assim, ninguém se incomodava.
Aquela noite parecia ser normal. Todos se preparavam para deixar a pequena casa para aproveitar o fim do dia, seguindo a própria vontade. Mas, uma tempestade sem igual instalou-se na cidade. Tão forte e violenta que por onde passava, tudo levava.
O rádio, a televisão e os outros meios, enquanto funcionavam, aconselhavam a permanência no lar, até porque, mesmo que alguém quisesse sair não conseguiria devido à força do dilúvio.
A primeira impressão foi o choque. Calados, entreolharam-se. O gesto inicial levou à discussão, o costume familiar. Começaram então, um ao outro culpar pela situação atual.
Até que algo aconteceu. O pai, de coração frágil, desmaiou. Todos entraram em pânico, procurando alternativas para ajudá-lo.
O conflito foi a esperada reação. Porém, após um curto período de bate-boca, todos se calaram e no silêncio, passaram a agir sob a voz do coração e assim, curaram o pai. Aquela que parecia ser uma trágica noite, eles reaprenderam o verdadeiro significado da palavra união.

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