quinta-feira, maio 07, 2009

A fuga

O garoto decidiu que não queria mais viver ao lado de seus pais. Não tinha mais condições, eles não me entendem, pensava o pequeno. E assim, ao elaborar seu plano, tinha a certeza de ter encontrado a solução, vou fugir de casa.
Preparou aquilo que seria sua mala, a bola que usava para escola. Colocou tudo que mais importava, os brinquedos prediletos, um pacote de bolacha, para o caso da fome chegar, e uma blusa, lembrando-se do aviso de sua mãe, pode esfriar.
Com seus pertences em mãos, seguiu o plano. Esperou por um momento de distração e caminhou até o portão.
Quanto mais se aproximava da rua, o frio que vinha dela aumentava. Olhou, pelas grades do portão, o céu negro que se formava, acompanhado de gotas, que caiam cada vez mais fortes, cada vez mais geladas. O vento, impiedoso, congelava tudo que tocava e os raios de luz cortavam as nuvens, embalados pelos estrondos dos trovões.
Neste momento, com sua grande bondade, o garoto pensou, eles sentirão a minha falta. Foi assim, em um ato de grandeza, que ele adiou seu plano para dar outra oportunidade aos seus pais.

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